Uma planta que tolera altos índices de sal no solo, podendo inclusive ser irrigada com água do mar, está no centro das pesquisas para produção de biocombustível para aviação em um projeto entre a fabricante norte-americana de aviões Boeing e instituições dos Emirados Árabes Unidos. A ideia é produzir, em solos áridos desse país árabe, bioquerosene de aviação com as sementes e etanol com os açúcares da biomassa da Salicornia bigelovii, uma planta sem folhas originária dos Estados Unidos e do Caribe. O projeto é realizado pelo Consórcio para a Pesquisa Sustentável da Bioenergia (SBRC, na sigla em inglês), que reúne tanto a Boeing como a empresa aérea Etihad Airways, o Instituto de Ciência e Tecnologia Masdar, dos Emirados e a empresa de tecnologia norte-americana Honeywell. Além de produzirem mudas da planta, os pesquisadores do Masdar relataram em artigo na revista Bioresource Technology (fevereiro de 2014) que a salicornia seca tem bom potencial para produção de etanol de segunda geração por meio de hidrólise enzimática, processo que extrai os açúcares da planta. Ela apresentou características semelhantes a outras culturas utilizadas na área de biocombustível, como palha de milho, trigo, cana e demais gramíneas. O único problema é a necessidade do uso de água doce para a retirada do sal acumulado antes do processamento dos biocombustíveis. Em 2015, os pesquisadores vão construir um ecossistema no solo arenoso dos Emirados. A água do mar usada na criação de peixes e camarões vai nutrir uma plantação de salicornia.
Fonte: Revista FAPESP
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