A eletrônica orgânica está se desenvolvendo muito com uma promessa de
dispositivos finos, flexíveis, ambientalmente corretos e mais baratos.
Na verdade, é grande a chance de que seu telefone celular tenha uma tela
feita de LEDs orgânicos, ou OLEDs.
O termo "orgânico" se refere ao fato de que esses novos componentes
são fabricados com elementos à base de carbono, geralmente polímeros.
Mas Jer-Wei Chang seus colegas da Universidade Nacional Cheng Kung, em
Taiwan, demonstraram que a eletrônica orgânica pode ser muito mais orgânica do
que se supunha - ela pode se tornar uma bioeletrônica.
A equipe criou transistores (utilizados principalmente como amplificadores e
interruptores de sinais elétricos) totalmente funcionais usando como elemento
dielétrico a clara de ovo, diretamente aplicada no processo produtivo, sem
nenhum tratamento a não ser o aquecimento - ou seja, eles usaram clara de ovo
frita.
Biomateriais já são utilizados como semicondutores e como dielétricos, mas
são materiais sintetizados, obtidos por meio de processos em múltiplas etapas.
"A clara de ovo parece ser o material ideal para a eletrônica orgânica,
uma vez que ela é fácil de processar, largamente disponível e de baixo
custo," escrevem os pesquisadores.
"O calor transforma a clara de ovo de líquido em um sólido insolúvel,
conforme suas proteínas sofrem uma desnaturação irreversível, quebrando suas
cadeias lineares para formar redes," explicam eles.
A clara de ovo foi diretamente aplicada no processo produtivo, sem nenhum tratamento a não ser o aquecimento. Como material semicondutor foi usado pentaceno ou carbono-60. O transístor de efeito de campo bioeletrônico - um BioFET - foi construído depositando a albumina seca sobre óxido de índio titânio e, a seguir, colocando os eletrodos. |
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