Pesquisadores apresentaram uma técnica de microrrobótica inédita capaz de montar componentes de materiais biológicos em escala nano.
Projetada exclusivamente para lidar com a delicadeza das células vivas, a estrutura automatizada promete ser a base de uma biofábrica, uma fábrica para construir tecidos vivos.
A engenharia de tecidos - a área que procura desenvolver métodos e técnicas para fabricar tecidos artificiais - também é um meio prático para os pesquisadores estudarem o comportamento das células, incluindo a resistência das células de câncer à terapia, ou para testar novas drogas ou combinações de drogas para tratar doenças.
Indo além, a capacidade para projetar e construir órgãos artificiais usando células do próprio paciente pode acabar com o problema da falta de órgãos para transplantes, assim como eliminar as preocupações relacionadas com a rejeição de órgãos doados.
O projeto de biofábrica emprega uma codificação magnética executada por microrrobôs, que marcam com precisão hidrogéis que levam em seu interior células vivas individuais.
O microrrobô, que é controlado remotamente por campos magnéticos, pode mover um hidrogel de cada vez, construindo estruturas complexas com precisão.
Essa manipulação precisa é crítica na engenharia de tecidos porque a arquitetura dos tecidos humanos é complexa, com diferentes tipos de células dispostas em vários níveis ou em locais diferentes.
A localização das células é essencial porque determina a forma como a estrutura final irá funcionar.
"Em comparação com as técnicas anteriores, esta tecnologia permite um controle verdadeiro sobre a engenharia de tecidos de baixo para cima," disse Savas Tasoglu, um dos idealizadores da nanobiofábrica.
A equipe já demonstrou na prática que a construção de tecidos usando hidrogéis manipulados pelos microrrobôs pode ser realizada sem afetar a vitalidade e a capacidade de reprodução posterior das células.
"Nosso trabalho vai revolucionar a montagem tridimensional precisa de blocos básicos de tecidos complexos e heterogêneos, e servirá para melhorar a complexidade e a compreensão dos sistemas de engenharia de tecidos," afirmou Metin Sitti, outro membro da equipe.
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