quinta-feira, 31 de julho de 2014

Entrevista: Professor Darío Palmieri

Darío Abel Palmieri, formado em genética na Universidad Nacional de Misiones, na Argentina, mestrado e doutorado na UNESP de Botucatu e pós-doutorado no Instituto Agronômico de Campinas. Atualmente leciona Biologia Molecular, Biotecnologia Ambiental, Administração de Empresas e Planejamento de Projetos Biotecnológicos para o curso de Engenharia Biotecnológica no campus de Assis.



Descomplicando a biotec: Qual a sua formação, professor?

Darío: Fiz minha licenciatura em genética na Argentina. Já meu mestrado e doutorado, ambos também em genética, fiz na UNESP de Botucatu. Ainda complementei essa formação no instituto agronômico de Campinas fazendo o pós-doutorado em genômica comparativa e bioinformática.


DB: Qual sua linha de pesquisa no campus da UNESP de Assis?

D: Minha linha de pesquisa aqui começou com biologia molecular de plantas, e, ao longo dos anos, me interessei pela área de sustentabilidade, focando mais nas tecnologias que a biotecnologia fornece, que é o caso do biodigestor anaeróbio. O tratamento de resíduos sólidos utilizando as ferramentas da biotecnologia é o maior exemplo disso.


DB: Como você começou a dar aulas?

D: Não foi uma escolha voluntária. Foi um conjunto de coincidências e oportunidades. Até o final do doutorado eu acreditava que continuaria exclusivamente na área de pesquisa. Meu interesse sempre foi trabalhar numa indústria ou empresa da área de transgênicos e melhoramento genético, mas as oportunidades começaram a surgir na área do ensino superior e acabei prestando concurso e por fim vindo lecionar aqui na UNESP de Assis.


DB: Qual sua opinião sobre o curso de Engenharia Biotecnológica, e o que você espera para ele futuramente?

D:Eu sou um apaixonado pelo curso desde que ele foi criado, sendo, na época, bacharelado em biotecnologia. Sempre tive interesse no mesmo, e quando consegui entrar aqui como professor foi a realização de um sonho. Eu gosto do que a gente conseguiu aqui e do que estamos construindo. Dou muito valor a tudo que temos, para os nossos docentes e, fundamentalmente, para nossos alunos. Então, eu vejo no curso de Engenharia Biotecnológica um dos melhores que nós temos no país nessa área. E temos feito de tudo para não continuar sozinhos nessa área, como o que vinha acontecendo, nos juntando aos dois novos cursos da própria UNESP de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e construindo juntos uma base sólida para que os nossos alunos tenham cada vez mais oportunidades, não somente saindo para o exterior através dos intercâmbios cada vez mais frequentes, mas trocando experiências e aumentando nossa base de conhecimento entre esses três cursos de Assis, Araraquara e Botucatu.


DB: Qual você julga ser uma área de atuação interessante para quem está cursando ou tem interesse no curso.

D: Sugerir áreas de atuação para um profissional de biotecnologia seria algo um pouco tendencioso, até porque uma das coisas que sempre falo em minhas aulas é que a biotecnologia hoje oferece oportunidade em todas as áreas, desde pesquisas mais básicas, como a identificação e exploração de resistência bacteriana a antibióticos, à descoberta e manipulação de novas moléculas. Na área industrial, por exemplo, o impacto da formação dos nossos alunos é fabuloso, tanto nas indústrias suco-alcooleiras quanto em indústrias alimentícias, têxtil e por aí vai. A biotecnologia aplicada ao agronegócio também é um dos caminhos mais clássicos que a gente pode enxergar, com o melhoramento genético vegetal e animal, além da clonagem. Uma área que tem me interessado muito é a de biotecnologia ambiental. Da mesma forma que as pessoas não podem passar sua vida sem comer, sendo necessária a produção cada vez mais eficiente de alimentos nutritivos, temos que cuidar do ambiente porque o que temos feito é degradado muito o mesmo, e todas as tecnologias da biotecnologia ambiental têm sido importantíssimas para amenizar isso.


DB: O que você acha que o curso na UNESP de Assis tem de diferencial?

D: Muitos dos nossos alunos são vindos de grandes centros como São Paulo e Campinas e, para estudantes de tais cidades, um curso localizado em Assis poderia perder o brilho devido à distância. A partir disso, acredito que nós temos que reforçar o que temos de bom. Como já comentei, nosso curso abrange uma área muito interessante, inovadora e cheia de oportunidades. Além disso, até que saia uma nova avaliação, nós podemos falar que somos um curso cinco estrelas segundo a editora Abril e isso é muito importante para quem está ingressando na universidade. E é claro que pretendemos continuar melhorando, procurando aprimorar nossa infraestrutura e promover o curso ao máximo possível, destacando suas vantagens para quem quiser nos conhecer.


DB: Qual sua opinião sobre a Biotec Júnior?

D: Sou suspeito para falar sobre a Biotec Júnior. Quando entrei na UNESP de Assis, me deparei com a empresa numa fase de início e afirmação, com a orientação do Prof. Pedro. E desde então tenho achado muito interessante o envolvimento dos membros não só no desenvolvimento do curso como em sua própria formação. Então, a Biotec Júnior tem procurado, ao longo de suas gestões, mostrar isso para os alunos, tanto da empresa em si, como aos demais colegas do próprio curso e demais cursos da nossa unidade. E uma coisa fundamental é ver, além do trabalho interno que fazem em nosso campus, promovendo cursos e eventos, o trabalho externo que fazem com a comunidade. Muitas coisas que a empresa faz beneficiando a comunidade assisense eu acompanho através de redes sociais, onde são postadas fotos de entrega de alimentos de alguma campanha que fizeram, o que é espetacular, trazendo um ensinamento para todos nós, não somente aos alunos como aos docentes e demais pessoas. Isso eu admiro e valorizo muito. Sempre que posso apoio e vou continuar apoiando e incentivando todos os alunos a participarem também.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Baseado nas Águas-vivas cientistas descobrem novo tratamento contra o câncer

Pesquisadores baseando-se nos tentáculos das águas-vivas desenvolveram uma tecnologia capaz de capturar células cancerígenas de uma amostra de sangue.


O sangue é conduzido por microcanais dentro de um chip de apenas 1 cm² , cuja as paredes internas estão cobertas por anticorpos que se ligam quimicamente com as proteínas exclusivas da superfície de células tumorais. Assim as células são capturadas e ficam presas ao revestimento, enquanto que as células normais atravessam o chip sem danos. A detecção da célula tumoral na corrente sanguínea do paciente antecipa o diagnóstico quanto o tratamento e monitoramento agindo preditivamente. O estudo foi feito com as células de leucemia, mas a tecnologia pode ser aplicada para qualquer tipo de célula cancerígena basta ter um anticorpo especifico.


A inspiração nas águas-vivas foi de prender os anticorpos à ponta de longas cadeias de DNA que ficam “dançando” como tentáculos dentro do chip aumentando as chances de as células cancerígenas serem presas por eles. É assim que as águas-vivas fazem para se alimentar, na água balançam seus tentáculos para capturar comida (Plânctons e pequenos peixes) o que der azar de estar passando por ali naquele momento e capturado e preso pelos tentáculos.

Com isso, os pesquisadores agora estimam ser capazes de capturar de 60% a 80% das células cancerígenas na amostra.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Membrana dessaliniza água do mar e purifica gás natural



Atualmente, o consumo de água doce no mundo cresce em ritmo acelerado, e a dessalinização da água do mar se apresenta como uma saída para que a humanidade possa suprir a necessidade desse bem.

Entretanto, pesquisadores do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto desenvolveram uma membrana semipermeável, constituída por folhas poliméricas da ordem de angstroms (10-10 metros), capaz de separar o sal da água do mar a partir de minúsculos poros que fazem a filtragem da água.

A membrana pode ser feita a partir de três tipos de polímeros, o poliuretano (PU), policloreto de vinila (PVC) ou fluoreto de polivinilideo (PVDF) e a dessalinização é feita a partir do processo de filtragem. São incluídos nos poros da membrana moléculas conhecidas como “cavitandos”, que permitem a passagem de moléculas pequenas como a da água, retendo, assim, o sal.

Ao contrário de outras técnicas utilizadas hoje em dia, a dessalinização da água do mar feita a partir de membrana semipermeável é simples, barata e não utiliza uma grande quantidade de equipamentos como evaporadores e condensadores.

Outras aplicações são dadas ao nanofiltro, como a purificação de gases, realizada com o gás natural. Quando extraído, em poços de alta pressão, além do gás natural, estão presentes também algumas impurezas e gás carbônico. A membrana é capaz de separar as impurezas e o gás natural do gás carbônico, pois esses apresentam permeabilidades diferentes.

A membrana apresenta um baixo custo de produção, é reciclável pois é lavável, apresenta resistência a produtos químicos e é flexível. Sua patente já foi realizada pela Agência USP de Inovação e está disponível para licenciamento.

Para saber mais, clique aqui.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Biossensor no combate a dengue



A dengue é considerada uma importante doença que afeta principalmente as regiões tropicais do planeta, causando milhões de infectados por esse vírus e dezenas de milhares de mortes todos os anos. O Brasil está localizado dentro dessa zona tropical, sendo tido como um dos países mais endêmicos dentre todos os que registram a doença.


Contudo, exames para a detecção da dengue ainda não são acessíveis para grande parte da população ou encontram dificuldades para a realização do diagnóstico precoce. Atualmente, o teste mais utilizado no Brasil só pode detectar a doença a partir do sexto dia, o que pode confundi-la com outras enfermidades e atrapalhar no tratamento adequado.


A partir disso, visando o barateamento do exame e a detecção precoce da dengue, pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), coordenados pelo professor Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, criaram um aparelho que é capaz de diagnosticar o paciente em apenas 20 minutos e transmitir o resultado em tempo real para a visualização em um celular ou notebook.



O dispositivo é equipado com uma membrana metálica, onde são postos anticorpos específicos à proteína NS1, secretada na corrente sanguínea do hospedeiro pelo vírus da dengue nos primeiros dias de infecção. Ao entrar em contato com o sangue infectado, os anticorpos presentes no biossensor interagem com a proteína NS1, gerando um sinal elétrico e confirmando o diagnóstico.


O projeto encontra-se em etapa final de execução e deve ser introduzido em breve no mercado. Com esse novo teste, espera-se  ampliar o acesso ao diagnóstico precoce da dengue e a possibilidade de sua aplicação até mesmo nas regiões mais isoladas do país.  

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Curiosidades: Organismos sintéticos podem ajudar na colonização de Marte

De acordo com o geneticista Craig Venter, em uma palestra dada no evento TEDx NASA@Sillicon Valley, formas de vida artificiais que lidam com o gás carbônico já estão em produção. A equipe do biólogo está tentando desenvolver células que conseguem usar o gás carbônico para produzir alimento, combustível, plástico e outros produtos. Além do grande impacto na Terra, Ele acredita que os organismos poderão fazer de Marte um lugar menos inóspito, transformando a fina atmosfera do planeta vermelho, formada basicamente por CO2.

A equipe criou o primeiro organismo sintético do mundo. Os biólogos construíram o genoma da bactéria Mycoplasma mycoides de muitas unidades pré-montadas de DNA. Em seguida, eles transplantaram o genoma na célula de uma espécie semelhante que havia sido esvaziada do seu próprio genoma. A bactéria “hospedeira” logo começou a funcionar e reproduzir-se como uma ocorrência natural de M. mycoides faria.

“A criação de formas de vida novas poderia ajudar a resolver alguns dos problemas fundamentais do mundo, como fornecimento suficiente de energia, alimentos, água potável e medicamentos”, argumenta Venter e afirma que sua prioridade é exatamente essa: utilizar a vida sintética para ajudar a resolver esses grandes problemas na Terra. Nosso planeta, afinal, deve adicionar sua sétima bilionésima pessoa em apenas alguns meses, e o crescimento da população não vai parar por aí. Para alcançar esse objetivo, a empresa de Venter, Synthetic Genomics, está tentando desenvolver algas sintéticas que produzem biocombustíveis de forma barata e eficiente.

Vender ainda diz que os benefícios da vida sintética não tem que ser restritos ao nosso planeta. Enquanto organismos artificialmente feitos poderiam ajudar a conter o avanço das mudanças climáticas na Terra, em Marte eles poderiam fornecer os blocos de construção da vida, utilizando matérias-primas da própria atmosfera do Planeta Vermelho.  

O que você acha ? Segundo o geneticista, basta usar sua imaginação para mudar o futuro.



domingo, 20 de julho de 2014

Nanotubos usados para a injeção de material genético

  O físico Luiz Orlando Ladeira tem uma maneira curiosa de descrever os nanotubos: "É a melhor agulha que existe na natureza". Com ela, seu colega Ary Corrêa Jr., do Departamento de Microbiologia da UFMG, penetra a parede da célula de um fungo que ataca o feijoeiro sem que seja preciso empurrá-la.

 A doença, conhecida como ferrugem do feijão, é causada por fungos Uromyces. Ao cair sobre o vegetal, o organismo lança projeções celulares que penetram pelos estômatos. Corrêa Jr. consegue impedir a formação do apressório inativando a mensagem genética responsável pelo ataque. Para isso, usa uma sequência com a instrução para o fungo produzir a proteína invasora.

 O material genético contrabandeado, o "antissenso", funciona como uma trava na engrenagem celular do fungo. Para isso, precisa chegar ao interior da célula. É aí que entra a agulha do nanotubo, com um milésimo da espessura da célula do fungo. O antissenso, grudado nela, passa pela parede celular como um alfinete atravessando um tecido.

 "Como a sequência [genética] é específica do fungo, só ataca o próprio fungo", diz Corrêa Jr. Seria o fungicida perfeito, não fosse por um problema: vai demorar para alguém obter licença que permita aspergir RNA e nanotubos sobre uma plantação.

 A característica mais marcante dos nanotubos é também sua fraqueza: a área específica. É a relação segundo a qual quanto menor for um objeto, maior será a superfície em proporção com seu volume. A área maior fica, assim, mais sujeita a interferir com tecidos vivos, possivelmente causando doenças. Corrêa Jr. sentiu então a necessidade de se aprofundar na matéria de segurança de nanocompostos. E ganhou o posto de responsável no CTNanotubos por essa interface com a opinião e o poder públicos.

Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 19 de julho de 2014

Vitamina B3, usada para reduzir colesterol, traz risco de morte



Um amplo estudo internacional divulgado nessa quarta-feira revelou que a niacina, popularmente conhecida como vitamina B3, traz riscos de morte. A mesma é usada no tratamento de pessoas com colesterol alto, onde teoricamente deveria reduzir o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Um estudo feito durante quatro anos na Grã-Bretanha, China e Escandinávia, com pessoas entre os 50 e os 80 anos, com colesterol elevado, revelou não haver benefícios que se traduzissem em uma redução da taxa dos problemas citados acima.

A niacina "se associou a uma tendência crescente de morte", informou o estudo, segundo o qual o composto também se associa "um aumento significativo de efeitos colaterais graves: problemas hepáticos, excesso de infecções, sangramento excessivo, gota, perda de controle (das taxas) de açúcar no sangue, no caso dos diabéticos, e desenvolvimento de diabetes naqueles que não padeciam dela quando começou o estudo".


"Poderia ocorrer uma morte a cada 200 pessoas que tomam niacina", disse Donald Lloyd-Jones, diretor de medicina preventiva da escola de medicina da Universidade Northwestern Feinberg e do hospital Northwestern Memorial. Usuários de niacina correm um risco 9% maior de morrer, ou seja, os benefícios ficam em segundo plano.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Injeção de gene no coração funciona como marca-passo natural

Estudos realizados em animais demonstrou que introduzir um gene específico no músculo cardíaco poderia contribuir para que um coração debilitado batesse mais forte. Segundo os especialistas esse procedimento poderia, em um futuro distante, substituir os marca-passos eletrônicos utilizados atualmente.

Segundo o cientista responsável pela pesquisa, Eduardo Marban, nessa nova era de tratamentos genéticos os gente não são usados unicamente para corrigir uma doença, eles passam a ser incentivadores de mutações celulares que irão tratar a doença. Essa é a primeira vez que a técnica é utilizada para reprogramar uma célula cardíaca.

O tratamento consiste na introdução de um gene, o TBX18, em uma área do tamanho de um grão de pimenta nas câmaras responsáveis pelo bombeamento do coração. O gene faz com que as células normais do coração se transformem em células sinoatriais, assim cria-se um novo nó sinotrial que é responsável por gerar o impulso que origina os batimentos cardíacos. Esse recém-criado nó assume a função de marca-passo.

O procedimento foi testado em porcos que sofriam de um grave problema que afeta o sistema elétrico do coração e provoca batidas irregulares. O gene foi introduzido através de um cateter sem necessidade de uma cirurgia, no dia seguinte os porcos apresentaram batidas cardíacas mais rápidas do que as dos animais que não foram submetidos ao tratamento.

Os indivíduos que mais se beneficiariam dessa técnica seriam 2% de pacientes com marca-passo que acabaram por desenvolver infecções ou fetos portadores de bloqueio cardíaco congênito.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Diário de um Engenheiro: Cateter cardíaco recebe circuito eletrônico flexível

  O cateter é um instrumento utilizado para corrigir problemas em veias e artérias. O cateter eletrônico é utilizado em músculos cardíacos para solucionar defeitos como a arritmia. Este instrumento realiza procedimentos no coração em uma única operação, onde anteriormente era necessário a utilização de vários deles, todos inseridos ao mesmo tempo no paciente.

  Esta nova criação possui em sua superfície um circuito eletrônico flexível que executa todas as funções necessárias, fazendo o diagnóstico e o tratamento necessários em uma única incisão. Este circuito contém sensores de temperatura - garantindo que não seja gerado calor em excesso, não danificando os tecidos saudáveis - sensores de pressão, para medir a pressão cardíaca; um sensor para eletrocardiograma, monitorando o coração durante o procedimento; e LED, para iluminar o local e permitir a obtenção de imagens em um monitor externo. 

  O circuito eletrônico é impresso na superfície de um cateter tradicional de polímero e fornece o calor necessário para eliminar tecidos danificados. O cateter utilizado pelos médicos é denominado balão endocardial, que consiste de um tubo longo e flexível com uma seção que apresenta uma parede mais fina.     Quando o dispositivo chega ao local do procedimento, ar comprimido é forçado através do tubo, fazendo com que a seção da parede mais delgada seja inflada e os circuitos eletrônicos expostos.

  O equipamento foi testado em animais sob efeito de anestésicos e no momento não há uma data certa para seu teste em humanos. Os pesquisadores criadores do cateter eletrônico estão também inserindo circuitos eletrônicos em luvas médicas, permitindo que  médicos meçam exatamente a temperatura ou o ritmo cardíaco do paciente apenas pelo toque.

Referências

Redação do Site Inovação Tecnológica, (2011). Cateter cardíaco ganha circuito eletrônico flexível.

Caroline Inocêncio
3º Ano Engenharia Biotecnológica


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Tecido vivo vascularizado é impresso por impressora 3D em laboratório no exterior

Uma tecnologia que vem ganhando cada vez mais espaço é a impressão 3D. Tanto é que imprimir tecidos vivos já se tornou uma prática bem comum nos laboratórios pelo mundo afora.  Porém para que estes sejam utilizados em enxertos, por exemplo, e se tornem funcionais, é necessário que também sejam vascularizados. Para que isso ocorra é necessário imprimir os vasos sanguíneos que servirão de meio de transporte para os nutrientes, assim como já são em tecidos naturais. Esse tipo de impressão é chamada de Bioimpressão, onde “biotintas”, composto de células vivas em solução, são utilizadas.


O verdadeiro desafio se encontra em imprimir diversas camadas de célula porque as camadas que são sobrepostas morrem pela falta de oxigênio e excesso de excretas produzidas pelas próprias células. Para resolver esse problema, pesquisadores criaram vários tipos de biotintas, onde cada uma é responsável por um tipo de célula. Eles também criaram um tipo de biotinta com diferentes propriedades para os vasos sanguíneos.


Essa inovação abrirá novas portas e possibilitara a impressão de tecidos mais espessos e também facilitara nos implantes e enxertos de tecido, pois esses já terão uma rede de vasos sanguíneos que poderá conectar-se com os vasos sanguíneos já existentes no individuo. 

domingo, 13 de julho de 2014

Transplante mais brando cura anemia falciforme em estudo com adultos

Um experimento feito nos EUA com uma forma menos agressiva de transplante de medula óssea para o tratamento de anemia falciforme grave em adultos tem taxa de sucesso de aproximadamente 90%.

A anemia falciforme é a doença genética de maior prevalência no Brasil e é causada por uma alteração na hemoglobina, proteína sanguínea que transporta o Oxigênio pelo corpo. A alteração faz com que a hemoglobina fique em formato de foice, dificultando a circulação sanguínea e o transporte do Oxigênio.

O procedimento tradicional destrói completamente a medula óssea do paciente por meio da quimioterapia para que a pessoa receba a nova medula. Apesar da alta taxa de cura, ainda é um procedimento arriscado em pacientes já comprometidos com a doença. 

Já o novo procedimento utiliza menores doses de quimioterapia e imunossupressores e doses maiores de células-tronco do que a terapia tradicional. O estudo durou cerca de 10 anos e envolveu 30 pacientes adultos, dos quais 26 foram curados e apenas 1 faleceu. Belinda Simões, hematologista da faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, diz que o estudo é importante por que mostra que, mesmo com doses de quimioterapia, o desenvolvimento de uma nova medula óssea é possível. 

Apesar dos bons resultados até o momento, como no experimento americano a medula do paciente não é completamente destruída, parte dela convive com a medula do doador, por isso, ainda é necessário avaliar se as medulas compartilhadas continuarão funcionando corretamente ou se a medula do paciente irá prevalecer sobre a transplantada, oque levaria ao retorno da anemia falciforme.

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sábado, 12 de julho de 2014

Chip cerebral possibilita que um tetraplégico volte a mover sua mão

Pesquisadores dos Estados Unidos criaram um sistema que permitiu ao americano Ian Burkhard - paraplégico por conta de uma lesão na medula - a mover sua mão e dedos por pensamento.

O sistema que utiliza um microchip implantado ao cérebro, foi denominado Neurobridge e age fazendo com que os músculos recebam as informações diretamente do cérebro, desse modo, a parte lesionada não interfere em nada, uma vez que a informação passa direto pela lesão. E também, é algo inédito, uma vez que outros experimentos semelhantes já foram conduzidos, mas com membros robóticos, e não humanos.

No entanto, antes de o paciente poder receber o microchip em seu cérebro, foi preciso que ele utilizasse eletrodos em seu braço por alguns meses, para que os músculos que há anos já não funcionavam, fossem estimulados para que não demorassem a responder.

A equipe responsável pela pesquisa, vem trabalhando nela durante dois anos, e o americano lesionado foi o pioneiro nos testes. A operação que colocou o chip na sua cabeça, durou cerca de três horas e foi realizada em Abril deste ano, e tudo indica que essa técnica poderá vir a ser útil não só para lesões medulares, mas para casos de derrame e traumas cerebrais.

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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pesquisadores criam armadilha inteligente para combater a dengue


Mosquito 'Aedes aegypti', transmissor da dengueUm grupo de pesquisadores brasileiros e americanos desenvolveu uma armadilha tecnológica para capturar mosquitos causadores de doenças e pragas agrícolas. Essa armadilha usa inteligência artificial para atrair e distinguir os insetos em inofensivos ou não.  Os mosquitos são atraídos para a armadilha por dióxido de carbono e puxados por um fluxo de ar em direção ao sensor, onde são identificados por meio de um laser, que capta as oscilações causadas pelo movimento das asas dos mosquitos e transmite a informação para um circuito que classifica o inseto.Depois disso, podem ser liberados ou terminar no outro compartimento, grudados no papel. 



O método custa cerca de 30 reais e tem de 98% a 99% de possibilidade de acerto na captura dos mosquitos. Espera-se que a nova tecnologia será eficaz, principalmente, no combate aos mosquitos de gênero Anopheles, vetores da malária, e Aedes, transmissores da dengue e da febre amarela. Mas além disso, o dispositivo foi preparado para reconhecer, diversas outras espécies, como a mosca-de-banheiro, mosca-da-fruta, mosca doméstica, abelha, joaninha e besouro.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Como se preparar durante o ano para o vestibular

Muitas pessoas acham o vestibular um bicho de sete cabeças, mas não é bem assim... Como todo avanço de vida é necessário um primeiro passo, sendo esse o mais importante.
Muitas pessoas que passaram grande parte do ensino médio sem estudar ou mesmo após terem terminado se sentem perdidas no inicio dos estudos,dessa forma acarretando medo e desistência da tão sonhada vaga na faculdade,sendo assim,separei algumas dicas para iniciarem os estudos e como se preparar durante o ano para se dar bem no vestibular:


  • Encontrar uma fonte de ensino é uma das dicas mais básicas para todo vestibulando, existem muitos cursinhos espalhados por ai e fazendo uma pesquisa é possível saber aqueles que possuem uma melhor qualidade de ensino, mas não caia na crença de que o cursinho é quem fará você passar, a sua vaga é um esforço seu e somente seu.
  • Estude alem do cursinho e da escola, uma média de 10 a 12 horas diárias já te dará alguma ajuda , crie gosto pela matéria, aprenda isso o quanto antes pois estudar 12 horas todos os dias sem ter vontade e gosto não renderá frutos tão bons assim. Faça o máximo possível para se interessar pela matéria, entenda que esse é o único meio de você passar,não existe formula magica,o método é simples, para passar no vestibular, você só tem que estudar...
  • Não deixe de fora o lazer, é imprescindível sair um pouco da rotina dos estudos e se divertir um pouco,caso sinta-se culpado por estar se divertindo ao estar estudando, vá ver algum filme relacionado com alguma matéria, alem de ser um ótimo meio de estudo ainda te da algumas horas a mais de lazer
  • Quando estiver estudando se dedique unicamente a isso,no cursinho e na escola faça o máximo para reter tudo que puder sobre a matéria,é impossível você pegar se quer 90% da aula, então faça o máximo para aprender tudo que puder no horário de aula e depois estude mais um pouco fora 
  • Veja videos no youtube, isso da uma grande ajuda, existem diversos canais voltados ao vestibular dando dicas de estudo sobre algumas matérias e alguns macetes na hora do vestibular, um que recomendo é o canal do professor Jubilut, voltado a matéria de biologia
  • Tente dormir o máximo possível, infelizmente, se estiver na escola principalmente e tiver que conciliar com cursinho você perderá algumas horas de sono, ao menos é o que ocorre com grande parte dos vestibulandos, mas não se desespere, é perfeitamente normal durante todo o percurso ocorrer estresse,cansaço,brigas e diversas outras coisas, faz parte, o que diferencia você de seu concorrente é o quanto você aguenta isso sem desistir e atrapalhar seus estudos
  • Por fim, lembre-se que a tarefa de passar no vestibular é totalmente sua,é você quem garante sua vaga, é um percurso difícil, principalmente para aqueles que estão começando a estudar agora e não possuem muita base,mas a sensação de ser chamado é indescritível, o melhor prazer é aquele que se obtêm depois da maior luta.




terça-feira, 8 de julho de 2014

Proteína humana limpa bactérias de água potável.

Pesquisadores no Japão conseguiram remover E. coli de água potável usando pequenos tubos feitos de soro de albumina humana (HSA). E. coli é um tipo muito comum de bactéria onde grande parte de seus tipos são inofensivos, mas alguns deles, como por exemplo o E. coli O157 podem ser fatais. Isso pode ser particularmente problemático nos países em desenvolvimento onde as frutas e vegetais podem ser lavadas com água contaminada com essas bactérias causando intoxicação alimentar e podendo levar até a morte.
            Este novo método começa depositando os microtubos de HSA em uma placa de policarbonato, depois essa placa é dissolvida. O segredo para o sucesso na remoção das E. coli da solução é a alta afinidade que ela tem pelo HSA que atrai as bactérias para os tubos. Isso é tão eficaz que 1.5μg adicionados a 1 litro de água contendo 100000 bactérias conseguiram remover praticamente 100% das bactérias. E o toque final é a incorporação de uma camada de magnetita nos microtubos para facilitar sua remoção da solução usando um campo magnético. Eles também estão tentando adaptar essa técnica para outras bactérias.

domingo, 6 de julho de 2014

Nova tecnologia é capaz de 'traçar' vida inteira de uma célula

Cientistas tem desenvolvido uma nova técnica capaz de traçar a “historia de vida” de células de um indivíduo, desde quando o mesmo ainda era um zigoto, ou seja, desde o momento em que há a fecundação dos gametas masculino e feminino. Observando a cópia do genoma humano presente em células saudáveis, eles dizem serem capazes de montar uma imagem do desenvolvimento de cada célula desde sua fase no embrião até se tornar parte de um órgão adulto.

Mais especificamente, observando os números e tipos de mutações no DNA celular, os pesquisadores foram capazes de avaliar se a célula se dividiu poucas ou muitas vezes e detectar traços genéticos do processo de dano e reparo do DNA as quais as células tem sido expostas durante a vida do indivíduo. Além disso, comparando cada mutação celular com outras células do corpo permitiram os cientistas mapear detalhadamente o desenvolvimento do zigoto.
“Com essa nova abordagem, nós podemos analisar criteriosamente o desenvolvimento de um organismo,” afirma Sam Behjati, do Wellcome Trust Sanger Institute. “Se nós podemos entender melhor como células saudáveis se transformam conforme se dividem ao longo da vida de uma pessoa, nós ganharemos compreensão fundamental no que pode ser considerado e como se difere do que vemos em células cancerígenas”.
Cientista estudaram ainda células do estomago, intestino delgado, intestino grosso e próstata de ratos. As células isoladas foram cultivadas para produzir DNA suficiente para ser sequenciado. Eventualmente, a técnica de sequenciamento de células isoladas desenvolverá tanto que esse tipo de experimento poderá ser conduzindo usando apenas uma célula, de acordo com Dr. Behjati. Entretanto, as pequenas quantidades de DNA em células isoladas significa que as informações da mutação podem não ser precisas o suficiente para reconstruir estudos precisos do gene.
"Foram observadas diferenças entre os tecidos nos números e tipos de mutações acumuladas por cada célula, o que provavelmente refletem diferenças no número de divisões celulares que foram submetidos e variadas contribuições de diferentes processos de mutação. Se as taxas de mutação de células somáticas, isto é, de células que não estão diretamente ligadas à reprodução do indivíduo, são semelhantes às de ratos, os resultados indicam que os conhecimentos precisos para o desenvolvimento e a mutagênese de células humanas normais será possível".
Esse experimento utilizou ratos saudáveis. Se a mutação aponta semelhanças nas células humanas, essas técnicas podem ser usadas para gerar conhecimento para “história de vida” de células de um humano normal.
A aplicação dessas técnicas permitirá aos cientistas fornecer uma clara ideia de como as células adultas se desenvolveram desde que passaram a existir. Além disso, observando os diferentes tipos de mutações e as vezes em que elas ocorrem os cientistas serão capazes de obter uma espécie de “diário”, escrito pelo DNA, do que cada célula saudável vivenciou durante sua existência, e então, com esse conhecimento, explorar como afeta o gama de doenças humanas, segundo Mike Stratton, diretor do Sanger Institute.
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sábado, 5 de julho de 2014

Ponte entre hemisférios

Um grupo de pesquisadores brasileiros e ingleses podem ter esclarecido agora um mistério que há quase meio século permaneceu sem explicação. Pessoas que nascem sem o corpo caloso, estrutura que promove a união entre os dois hemisférios do cérebro, supostamente teriam dificuldades em associar o aprendizado e as memórias armazenadas em lados opostos do cérebro. Porém o cérebro de algumas dessas pessoas parece ter essa conexão dos hemisférios cerebrais.

Em um artigo publicado na revista PNAS, da Academia de Ciências dos Estados Unidos, os pesquisadores relatam uma possível explicação para esse antigo mistério na neurociência. Segundo os pesquisadores, o cérebro de pessoas que nascem sem o corpo caloso é capaz de criar rotas alternativas para a promover a ligação entre os hemisférios cerebrais.

Pessoas que tem o corpo caloso removido cirurgicamente sofrem da síndrome de desconexão inter-hemisférica, essas pessoas podem não ser capazes, se vendadas, de dizer o nome de um objeto que está segurando com a mão esquerda, isto ocorre pois o reconhecimento tátil ocorre do lado direito do cérebro, e a fala é comandada pelo lado esquerdo. Isto não ocorre em quem nasce sem o corpo caloso, ou com parte dele, os pesquisadores acreditam que essa ligação sem o corpo caloso, ou com parte dele, seja feita ainda no desenvolvimento embrionário.

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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Entrevista: Professor Bruno Henrique Oliveira

     Bruno Henrique Oliveira, graduado na UNESP de Assis, ministra atualmente as aulas de Bioquímica e Biotecnologia de alimentos aos alunos de Engenharia Biotecnológica. Conheça um pouco mais sobre sua carreira profissional, opinião sobre o curso e sobre a Biotec Junior!


      Descomplicando: Qual a sua formação?

Bruno: Sou formado na UNESP de Assis e uma parte do mestrado na UNESP de Rio Claro, em microbiologia aplicada e bioquímica. Fiz outra parte do mestrado em Biotechnology, em Thunder Bay, Canadá, na universidade de Lakehead. Foi um mestrado complementar ao que eu fazia aqui no Brasil. O intercâmbio foi por conta própria, apenas com bolsa de pesquisa que fazia parte do mestrado no Brasil. Fiquei um pouco mais de um semestre, trabalhando nos experimentos e desenvolvendo  outros novos diferentes daqueles que eu já estava trabalhando no Brasil. Participei de um grupo de pesquisa, não fiquei focado apenas na minha linha de trabalho, conheci todas as linhas de pesquisa do laboratório, o que contribuiu bastante para minha formação como mestre. Descobri diferentes formas de trabalho, não só na parte de infraestrutura, mas também na parte de biodiversidade característica do país e material biológico. Valeu muito a pena.

      D: Porque você escolheu o curso de Ciências Biológicas?

B: Gostava muito da área ambiental, controle biológico e reflorestamento, na parte de recriar áreas que foram degradadas, mas na faculdade eu mudei o foco. Descobri durante o curso que eu gostava de outras áreas além da parte ecológica, partindo para  a parte industrial, bioquímica e microbiológica. E então resolvi fazer meu mestrado e pós-graduação naquilo que eu descobri ter aptidão.

       D: Qual a sua linha de pesquisa na faculdade?

B: Trabalho com enzimologia aplicada às lipases, área em que temos diversas aplicações. No mestrado trabalhei mais com a parte de síntese, sintetizando ésteres específicos para uma finalidade industrial; e agora no doutorado, estou focando um pouco mais a parte de bioquímica humana, como utilizar enzimas com intuito terapêutico, na área de saúde. Dentro da área da enzimologia, existe uma grande quantidade de setores em que podemos trabalhar.

      D: Como você começou a dar aulas?

B: Na universidade não é a primeira experiência este ano.  Desde a graduação começamos a dar aula no ensino fundamental, ensino médio, regular e cursinho. Após me formar no mestrado, comecei a atuar no ensino superior, já que para isso é exigido que se tenha uma formação um pouco mais avançada. Já dei aula aqui na UNESP de Assis, como professor substituto em química analítica e em análise de alimentos. Atualmente com a professora Valeria entrou em licença-maternidade, eu peguei as aulas do primeiro semestre de Bioquímica e Biotecnologia de Alimentos. Tenho pouco mais de um ano de experiência com ensino superior e de 3 a 4 anos ensino fora da faculdade.

      D: Por que você resolveu voltar para Assis depois?

B: É complicado. Voltei para Assis para terminar o que eu tinha começado, tinha um compromisso com a universidade. Apesar de o meu mestrado ser pela UNESP de Rio claro, minha orientadora é a professora Valeria que é titular da UNESP de Assis, então mantenho sempre contato com Rio claro e Assis. Voltei para terminar o mestrado, tive a oportunidade de voltar pra o Canadá, escolhi Assis por diversos motivos tanto pessoais como profissionais. Também, durante o mestrado eu isolei um microrganismo novo que me dava a possibilidade de um trabalho com um poder cientifico muito grande e muito inovador, coisa que eu não teria fora do país. Esse microrganismo é meu e indo pra o Canadá eu trabalharia com coisas que não seriam minhas, desenvolveria um conhecimento que não seria meu. A infraestrutura não é tão boa quanto lá, embora estejamos na UNESP. Quando falamos de América do norte, a infraestrutura é muito interessante, mas com o que temos aqui, nós conseguimos desenvolver um trabalho de qualidade bastante elevada.

      D: Você conhece o trabalho que a Biotec Júnior faz?

B: Não sou ligado totalmente, mas como estou aqui há muito tempo, eu estive presente desde a criação da Biotec Júnior; e embora eu seja de Biologia, nós acabamos ajudando um pouco no processo de criação da empresa. O que a Biotec Júnior desenvolveu com o tempo nós professores vemos muito mais os sucessos, os projetos desenvolvidos, as parcerias criadas; não enxergamos muito os tropeços que vocês têm, ainda que saibamos que eles existam e que é natural que os tenha mesmo.

      D: Você acha que participar de uma Empresa Júnior pode agregar experiências para o futuro profissional?

B: Sem dúvida nenhuma. Agora, vocês têm alguns tropeços que vão ajudá-los a crescerem, o que não é permitido quando se está diretamente numa empresa. Esses pequenos erros e os conhecimentos que estão adquirindo vão ser de grande valia quando estiverem inseridos no mercado de trabalho. Saber como se portar, entender como funciona uma empresa, avaliar e conseguir prever alguns possíveis erros, tudo isso te favorece profissionalmente e te da uma experiência que vai te colocar na frente de outros.

      D: Qual sua opinião sobre o curso de Biotecnologia?

B: Até brinco que eu sou hoje mais um biotecnólogo do que um biólogo, por conta da área que escolhi de aplicação. Quando o curso de Biotecnologia foi criado, não tinha prédio, não tinha sala, laboratório, nada. Hoje quando olhamos o campus na parte biológica, ele é totalmente da Engenharia Biotecnologia, com a biologia em segundo plano. Quando criado, o curso chamava-se Biotecnologia e com o tempo cresceu, se desenvolveu, ampliou-se e como ganhou qualidade, chegando a se tornar uma engenharia. Atualmente o curso esta formando profissionais com imenso potencial, mas falta ainda um ramo especifico de atuação. O mercado ainda não os vê com todo potencial que eles têm. O profissional pode trabalhar criando e desenvolvendo todo potencial tecnológico do país. Se olharmos aqui para o campus podemos notar o que está saindo dos laboratórios, como a criação de produtos novos e conhecimentos. Os profissionais que saem daqui estão indo para o exterior, por meio de bolsas ou não, para trabalhar fora. O potencial é muito grande.

      D: Você acha que esse problema com o profissional engenheiro biotecnológico é um problema do Brasil?


B: Acho que isso é um problema de todo pais em desenvolvimento. Quando se olha um país desenvolvido e ele já tem uma área especifica para o profissional, eles já sabem o que querem a partir dele. Os países em desenvolvimento estão caminhando em direção a isso, mas ainda perdem um pouco quanto ao refinamento deste conhecimento. O profissional está sendo bem formado, mas sem área de atuação especifica. O Brasil tem alguns institutos no estado de São Paulo, por exemplo, o Butantã que procura biólogos e engenheiros biotecnológicos para desenvolver vacinas ou produtos genômicos. Mas ainda é pouca a procura pelo profissional. Pelo curso ser novo no país, a iniciativa privada tem um pouco de medo em arriscar nesses profissionais e a parte governamental cresce de vagar em relação a isto. O Brasil esta criando centros e se desenvolvendo, ainda que aos poucos.

D: Isso é tudo professor. Muito obrigado por ceder um pouco do seu tempo para nós e nos dar uma excelente entrevista!