terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A escalada do etanol


Pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp) desvendaram em 2011 cerca de 10,8 gigapares de bases do DNA da cana, 33 vezes o produto dos dois anos do projeto Genoma Cana, encerrado em 2001, que mapeou os genes expressos da planta. O resultado faz parte de dois projetos temáticos, coordenados pela bióloga molecular Glaucia Souza e a geneticista Marie-Anne Van Sluys, professoras da USP, e com conclusão prevista para 2013, que buscam o mapeamento dos genes da cana-de-açúcar. Dada a complexidade do genoma, 300 regiões já estão organizadas em trechos maiores que 100 mil bases, que contêm de 5 a 14 genes contíguos de cana. Os pesquisadores querem ir além do Genoma Cana tanto na quantidade de dados como nas perguntas sobre como funciona o genoma da planta que se tornou sinônimo de energia renovável. Estudos de gramíneas como sorgo e arroz mostraram que para melhorar a produtividade das plantas é preciso saber como a atividade dos genes é controlada, função de trechos do DNA conhecidos como promotores.

A pesquisa é um exemplo de como o conhecimento sobre cana-de-açúcar e etanol avançou nos últimos 15 anos, com apoio da FAPESP. Do projeto Genoma Cana, que mapeou os genes expressos da cana-de-açúcar entre 1998 e 2001, ao Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), iniciado em 2008, do qual Glaucia é coordenadora, a Fundação vem patrocinando um grande esforço de investigação, que articula pesquisadores de várias áreas do conhecimento, voltado para aprimorar a produtividade do etanol brasileiro e avançar em ciência básica e tecnologia relacionadas à geração de energia de biomassa.

Com três anos de existência, os resultados do Bioen são palpáveis e variados. Um processo inovador para a produção de bioquerosene a partir de vários tipos de óleos vegetais, que poderá tornar o combustível usado em aviões menos poluente e mais barato, foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após sua extração e refino, o óleo é colocado em um reator junto com uma quantidade específica de etanol e um catalisador, responsável por acelerar as reações químicas. “A maior contribuição do processo de obtenção do bioquerosene são os altos índices de pureza do produto final”, disse Rubens Maciel Filho, professor da FEQ e coordenador do estudo.

Outra contribuição de Maciel é um projeto que busca criar compostos de alto valor econômico a partir de substratos da cana. O projeto vem obtendo bons resultados na produção do ácido acrílico e do ácido propiônico a partir do ácido láctico. “É possível desenvolver produtos com valores 190 mil vezes maiores do que o do açúcar”, diz Maciel.
A experiência em genômica da geneticista Marie-Anne Van Sluys, da USP, levou-a à liderança de um projeto cujo objetivo é gerar um sequenciamento parcial de dois cultivares de cana (R570 e SP80-3280) e subsidiar o desenvolvimento de ferramentas moleculares capazes de auxiliar na compreensão deste genoma. Um dos alvos é o estudo dos chamados elementos de transposição, regiões de DNA que podem se transferir de uma região para outra do genoma, deixando ou não uma cópia no local antigo onde estavam. “Programas de melhoramento também poderão ser beneficiados tendo acesso a informações moleculares com potencial para o desenvolvimento de marcadores”, diz Marie-Anne.

Para ler a matéria inteira e saber mais sobre a Escalada do Etanol no estado, acesse: Revista Fapesp

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Unindo o Útil ao Agradável


- Protetor solar que combate rugas e flacidez

Na USP de Ribeirão Preto uma equipe de pesquisadores desenvolveu um filtro solar que, além de proteger contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta, melhora a textura e a elasticidade da pele, estimula a renovação celular, hidrata e diminui as rugas. O produto a base de extratos vegetais, de Ginko Biloba e Algas marinhas vermelhas, possui também o adicional de vitaminas A, C e E.
                “Em pesquisas anteriores, havíamos confirmado que alguns extratos vegetais eram capazes de melhorar as condições da pele fotoenvelhecida e de torná-la menos vulnerável aos danos da radiação. Então, tivemos a idéia de associar esses extratos a filtros solares, para potencializar o efeito protetor”, disse Patrícia Maia Campos, Farmacêutica, coordenadora da pesquisa, ela afirmou também que As vitaminas foram acrescentadas para estimular a renovação celular e melhorar as condições gerais da pele, elaborando assim um creme multifuncional.
                Quanto maior a perda de água, mais frágil e sensível fica a pele. Isso não apenas facilita a penetração da luz ultravioleta, mas também favorece doenças como a dermatite de contato e o eczema tópico. Segundo a pesquisadora, a formulação completa foi a que mais hidratou e protegeu a função barreira da pele, melhorando também a aparência e diminuindo as rugas e a aspereza. Mas ela alerta que o produto é para ser usado no dia a dia e não quando a exposição ao sol for intensa, como na praia ou piscina.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Estresse pode fazer o cérebro encolher

Não é novidade que o estresse tenha como consequências dores de cabeça e insônia. No entanto, estudo revelou que ele também pode ser responsável por fazer o cérebro encolher.
Situações de tensão como a perda de um ônibus não tem relevância a ponto de causar alterações, mas a perda de entes queridos ou término de relacionamentos estão estritamente relacionados a perda de massa cinzenta do cérebro. Estas situações estressantes vivenciadas hoje tem maior impacto que as vivenciadas pelos nossos ancestrais, tanto que tem contribuído muito para o aumento do desenvolvimento de doenças crônicas.
O encolhimento acontece em uma parte do córtex responsável pela regulação da  as emoções, o autocontrole, a pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue. Essas alterações estão vinculadas a predisposição a hipertensão e transtornos psiquiátricos.
A maioria dos estudos científicos anteriores relacionados ao estresse eram feitos com pessoas com distúrbios como dependência química ou ansiedade. Estas pesquisas já sinalizavam redução de volume do lobo frontal responsável pelo controle das emoções e personalidade do indivíduo.
Estudos realizados com pessoas saudáveis são raros, como este. Neste, contou-se com a colaboração de 103 adultos de 18 a 48 anos, que tiveram o cérebro escaneado por ressonância magnética e responderam a um questionário.


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sábado, 28 de janeiro de 2012

Cientistas criam material que torna objetos em 3D invisíveis

Enxergamos os objetos pois raios de luz insidem e são refletidos nos materiais e nossos olhos são capazes de processar essa informação. Cientistas americanos conseguiram criar um material pioneiro que permite envolver um objeto tridimensional e torná-lo invisível sob qualquer ângulo.


Para tal, os pesquisadores utilizaram um método conhecido como "cloaking plasmonic" ou "disfarce plasmônico", em português e, com o material conseguiram envolver um cilindro de 18 centímetros dentro do espectro eletromagnético das micro-ondas, mas não até a luz visível.


O professor Andrea Alu, explica que o metamaterial plasmônico utilizado na pesquisa, tem efeito de dispersão frente aos demais materiais, devido a suas propriedades únicas, o que  causa esta "invisibilidade".


A equipe de pesquisadores tem agora o desafio de ocultar um objeto 3D usando a luz visível.


Referências bilbiográficas: Folha Online

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Bactéria pode detectar níveis de glicose no sangue


    Um novo teste utilizando segmentos de DNA em meio a bactérias que podem ser codificadas para aferir as mudanças no nível de glicose no sangue.


    O desenvolvimento vem de estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia em Missouri, no qual foi utilizado uma variante não virulenta da bactéria E. Coli, integrando-se genes projetados no DNA da bactéria, permitindo a mesma “sentir” mudanças nos níveis de glicose, através de variações na pressão osmótica.
    O dispositivo foi feito utilizando um “biobloco” que funciona como intermediário, com um sítio de ligação ribossômica e um gene que gera um feedback, sendo este acoplado a outro biobloco que transcreve a informação para uma proteína fosforilada. Essa fosforilação está diretamente ligada a variação de osmorregulação (variação de pressão osmótica independentemente da do meio externo) do sistema, assim, quando ocorre uma ligação num destes sítios, a RNA polimerase transcreve a informação para sintetizar a proteína. A proteína em questão exibe um brilho amarelo, e quando uma das bactérias produz tal brilho, cria um “incentivo”, assim as outras também produzem a proteína, aumentando o brilho e consequentemente a vizualização no teste.
    Com esse teste, o diagnóstico de níveis de glicose fica muito mais prático, uma vez que somente com uma pequena quantidade de sangue já é possível realizá-lo, obtendo resultados rápida e facilmente.